Ruth Bekele, Legesse Shiferaw
Os primeiros 2 anos de vida são um período crítico de rápido crescimento e desenvolvimento do cérebro. Durante este período, a nutrição e os fatores ambientais desempenham papéis importantes no crescimento e desenvolvimento cognitivo da criança. Na Etiópia, as más práticas alimentares e as deficiências na ingestão de alimentos são os factores directos mais importantes responsáveis pela subnutrição e pelas doenças entre as crianças. A prevalência nacional do início atempado da alimentação complementar é de 62,5%.
As formas mais comuns de malnutrição são a malnutrição proteico-energética (PEM), a deficiência de vitamina A, as perturbações por deficiência de iodo e a anemia por deficiência de ferro. Os alimentos infantis tradicionais feitos à base de cereais e legumes podem ser pobres em vários nutrientes, incluindo proteínas, vitamina A, zinco e ferro. Apesar das elevadas necessidades de nutrientes das crianças, as suas dietas nos países em desenvolvimento são maioritariamente compostas por cereais ou tubérculos ricos em amido que, quando consumidos exclusivamente, resultam em deficiências de nutrientes essenciais, como ferro, zinco, cálcio, riboflavina, vitamina A e vitamina C.
Assim sendo, neste estudo, a Farinha Complementar (FC) composta foi desenvolvida incorporando cenoura e abóbora para enriquecer a FC com vitamina A. Para além dos cereais, também foram utilizados feijões ricos em ferro e Zn para suprir as deficiências de Fe e Zn. Foram estudadas as análises centesimais, minerais, betacaroteno, fitato, biodisponibilidade e sensorial para cinco tratamentos complementares de farinha formulados. A classificação para selecionar a formulação ótima de CF foi feita para todos os tratamentos com base no teor proteico, valor energético, Zn e quantidade de betacaroteno. O resultado da classificação demonstrou que o CF 4 = 30% Trigo + 20% Milho + 25% Soja + 15% GPL-II + 5% Abóbora + 5% Cenoura apresenta o valor nutricional mais desejável entre os cinco alimentos complementares formulados.