Olomi GA, Mboya IB e Manongi RN
Introdução: A satisfação dos doentes é uma medida do desempenho do sistema de saúde e pode ser utilizada como base para incentivar os prestadores de cuidados de saúde a tornarem-se mais responsáveis perante os seus doentes. A satisfação manifesta-se como distribuição, acesso e utilização dos serviços de saúde. Este estudo teve como objectivo determinar o nível de satisfação dos doentes com os serviços de saúde recebidos no ambulatório da região do Kilimanjaro.
Métodos: Foi realizado um desenho de estudo transversal no Hospital Regional de Referência de Mawenzi (MRRH), no Hospital Same District (DH) e no Hospital Distrital Designado de Huruma (DDH) utilizando o modelo Donabedian para determinar o nível de satisfação dos doentes com os serviços de saúde recebidos nos departamentos de ambulatório na região de Kilimanjaro. A amostragem sistemática foi utilizada para selecionar 450 doentes. Questionário de qualidade de serviço foi utilizado para a recolha de dados. Foi realizada estatística descritiva. O teste t de amostra emparelhada, o teste t de amostra independente e a ANOVA unidirecional com teste posthoc de Bonferroni foram utilizados para comparar as pontuações médias de gap. Um valor de p <0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
Resultados: O nível geral de satisfação dos doentes com a prestação de serviços de saúde no OPD nos três hospitais foi de 20%. O fosso na prestação de serviços de saúde nos três hospitais foi de -37,0 (± 47,0), significando insatisfação geral entre os doentes. Não existiu diferença estatisticamente significativa (p<0,05) na diferença na satisfação com a qualidade da prestação de serviços entre MRRH e Huruma DDH, bem como entre MRRH e Same DH. No entanto, foi demonstrada uma diferença significativa de gap entre o Huruma DDH e o Same DH (p, 0,002) com um gap menor na satisfação no Huruma DDH em comparação com o Same DH (-28,0 versus -46,7). O maior nível de insatisfação nas cinco dimensões do serviço testadas foi na empatia (-7,8).
Conclusão: Os doentes atendidos no OPD nos três hospitais demonstram uma insatisfação geral com a qualidade dos cuidados. As administrações hospitalares devem concentrar-se em: melhoria da relação doente-prestador, disponibilidade de equipamentos e medicamentos e acessibilidade das contas hospitalares.