Sérgio Luiz Prior, Antonio Ricardo de Toledo Gagliardi, Marcos Montani Caseiro e Pedro Luis Prior
Introdução: Os medicamentos antipsicóticos são essenciais para a saúde psiquiátrica em muitas condições, como a esquizofrenia e a doença bipolar. No entanto, apresentam vários efeitos secundários, como distonia motora e comportamento “parkinsoniano” (especialmente nos antipsicóticos de primeira geração) e alterações metabólicas que levam ao aumento do peso corporal, diabetes tipo 2 e dislipidemias. Os antipsicóticos de segunda geração são amplamente considerados como mais prejudiciais nos efeitos secundários metabólicos, embora existam poucos estudos que comparem se os antipsicóticos de primeira geração podem provocar alterações semelhantes no metabolismo. Métodos: Foi realizado um estudo observacional-transversal-descritivo num total de 63 doentes que tomavam antipsicótico de primeira geração (haloperidol–N=27) ou de segunda geração –olanzapina–N=36). Foram colhidas amostras de sangue para avaliar os seguintes parâmetros – Glicose de Jejum, Colesterol HDL, Colesterol LDL, Triglicéridos e Insulina Basal. As medidas antropométricas da circunferência abdominal e do pescoço, bem como do peso foram também tomadas e comparadas entre os dois grupos. Análises estatísticas: Caso as variáveis fossem consideradas de distribuição normal, foi realizado o teste t de Student e análise de variância (ANOVA) para testar diferenças significativas entre os grupos. Caso as amostras fossem consideradas não paramétricas, foi utilizado o teste U de Mann-Whitney, o teste de Kruskal-Wallis, o Qui-quadrado para tabela extensa ou o teste de Fish. A significância estatística foi considerada de 5% em todas as análises (p<0,05). Resultados: Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos em uso de antipsicóticos de primeira e segunda geração, em relação às medidas antropométricas (medidas da circunferência abdominal p=0,56, teste U Mann-Whitney), estado metabólico (índice HOMA p =0,12, colesterol HDL p=0,27, glicemia basal p=0,08, IMC p=0,51, triglicéridos p=0,12, qui-quadrado para tabelas extensas). Discussão: As alterações metabólicas ocorreram em ambos os grupos, o que corrobora os achados da literatura que mostram uma elevada prevalência de alteração metabólica em utilizadores de medicamentos antipsicóticos.