Vallano A, Castañeda PF, Quijada Manuitt MA, Simon PC, Pedrós C, Quintana B, Esterlich E e Arnau JM
Objectivo: O objectivo do estudo foi avaliar as opiniões e preocupações dos médicos hospitalares sobre as reacções adversas a medicamentos (RAM) e a farmacovigilância. Métodos: Estudo qualitativo realizado através de focus groups em sessões sobre atividades de farmacovigilância realizadas em treze serviços clínicos de um hospital universitário terciário. Um total de 296 médicos participaram nestas sessões, dando as suas opiniões ou expressando as suas dúvidas sobre RAM e atividades de farmacovigilância que foram registadas por diferentes observadores e posteriormente analisadas. Resultados: Os médicos destacaram: a) a importância, a preocupação, a frequência e os tipos específicos de RAM observados na prática clínica; b) problemas de tomada de decisão clínica relacionados com suspeitas de RAM; c) métodos para melhorar a deteção e notificação de RAM; d) monitorização de RAM específicas ou causadas por medicamentos específicos; e) e medidas para prevenir e minimizar o risco de RAM. Os médicos manifestaram dúvidas relacionadas: a) com os conceitos básicos das RAM; b) os métodos de identificação e avaliação de RAM; c) os objetivos e procedimentos dos programas de farmacovigilância; d) e o impacto das atividades de farmacovigilância. Conclusões: Os médicos hospitalares acreditam que as RAM são motivo de preocupação na sua prática clínica diária, sendo necessária a monitorização das RAM, bem como medidas para prevenir o risco de RAM. No entanto, os médicos têm dúvidas sobre o que é uma RAM, a precisão dos métodos de diagnóstico, o desenvolvimento das atividades de farmacovigilância e o seu impacto na prática clínica. A farmacovigilância deve ser melhor explicada através de um feedback contínuo e de uma relação de proximidade com os médicos hospitalares.