Aboubacar Alassane Oumar, Amadou Abdoulaye, Mamoudou Maiga, Younoussa Sidibé, Yacouba Cissoko, Issa Konaté, Maimouna Diarra, Fanta Sangho, Jean Paul Dembélé, Paul M Tulkens e Sounkalo Dao
Objectivo: O objectivo deste estudo foi avaliar os efeitos adversos da terapêutica anti-retroviral (TARV) em doentes adultos infectados pelo VIH no ambiente descentralizado de Sikasso, no Mali. Métodos: Trata-se de um estudo proativo que decorreu de 2 de janeiro de 2011 a 30 de dezembro de 2012 no Hospital de Sikasso (Departamento de Medicina). Os doentes adultos infetados pelo VIH que iniciaram TARV pelo menos 3 meses antes foram incluídos neste estudo para monitorizar as reações adversas medicamentosas (RAM) laboratoriais e clínicas durante pelo menos 6 meses. A classificação das reações adversas a medicamentos da OMS tem sido utilizada para investigar a causalidade dos antirretrovirais. Resultados: As mulheres foram as mais representadas com 58% dos casos. A faixa etária mais representada foi dos 26 aos 47 anos com 73,6%. Dos 178 doentes incluídos, 61,2% tinham RAM. As RAM foram neurológicas (40,4%), digestivas (35,8%), cutâneas (18,3%) e hematológicas (5,5%). A estavudina foi a molécula mais incriminada, em 24,8% dos casos. A classificação de grau 4 da OMS de toxicidade da TARV foi representada em 3,4% dos casos. A pontuação de causalidade “certa” da OMS foi encontrada em 29,8% dos casos. Conclusão: Os efeitos adversos dos antirretrovirais são frequentes e podem ser fatais a curto e longo prazo. O acompanhamento regular dos doentes que recebem estas terapêuticas triplas e das complicações associadas é essencial. Recomendamos a vigilância activa da terapêutica anti-retroviral para reforçar a farmacovigilância no Mali.