Francesco Zaghini, Roberta Fida, Rosario Caruso, Mari Kangasniemi e Alessandro Sili
Contexto: Os comportamentos de trabalho contraproducentes são considerados uma questão importante para todos os locais de trabalho. Este é particularmente o caso no ambiente de enfermagem, uma vez que tais comportamentos também podem ser prejudiciais para os doentes. No entanto, as razões que sustentam o comportamento contraproducente dos enfermeiros têm sido pouco estudadas e a literatura na perspetiva dos perpetradores está fragmentada.
Objectivo: O objectivo desta revisão sistemática da literatura foi identificar e resumir estudos sobre antecedentes que pudessem levar os enfermeiros a apresentar comportamentos de trabalho contraproducentes.
Métodos: A Declaração e o Fluxograma PRISMA foram utilizados para selecionar os estudos incluídos nesta revisão. A pesquisa foi realizada em julho de 2015 nas bases de dados PubMed, CINAHL, PsycINFO e Cochrane. Os dados foram selecionados por etapas com base em critérios de inclusão, exclusão e qualidade, e analisados pelo método de Popay.
Resultados: Foram selecionados 14 artigos. Foram observados comportamentos de trabalho contraproducentes no ambiente de trabalho de enfermagem. A maioria dos estudos foi realizada na América do Norte (EUA e Canadá), com recurso a desenhos quantitativos ou qualitativos. Estes comportamentos laborais foram estudados de forma a delinear fatores predisponentes e a sua relação com o Desengajamento Moral. Quando os comportamentos de trabalho contraproducentes não são sancionados e as políticas de fiscalização não são aplicadas, tornam-se um problema importante para as organizações. A partir dos resultados da nossa revisão sistemática, é possível identificar dois focos principais: os fatores de proteção dos comportamentos contraproducentes no trabalho e os fatores de risco dos comportamentos contraproducentes no trabalho.
Conclusão e implicações para a prática: Esta revisão de literatura identificou antecedentes específicos que predispõem os enfermeiros a adotarem comportamentos laborais contraproducentes, que afetam negativamente a qualidade dos cuidados e que podem resultar em perigo para o doente. Esta revisão de literatura ajuda a compreender as razões que levam os enfermeiros a apresentar comportamentos laborais contraproducentes, podendo ajudar a prevenir e restringir estes fenómenos.