Pier Paolo Bellini
O objectivo deste artigo é destacar um fio condutor entre as reflexões de Max Weber sobre a relação entre trabalho e fé e as de Niklas Luhmann, dedicado à questão da confiança: existe, na minha opinião (numa óbvia descontinuidade ligada aos diferentes contextos) um elo entre o processo que levou a estrutura humana a mudar o foco da “transcendência transcendente” para a “transcendência imanente”. Dito de forma mais simples, o deslizamento “do céu para a terra”, identificado por Max Weber e marcado pelo nascimento do capitalismo, não conseguiu apagar a instância religiosa que habita o espírito humano e simplesmente “santificou a terra, sacrificando o céu”. Este é o contexto em que a hipótese de Durkheim se concretiza: o deus “inevitável” coincide (hoje) em última análise com o sistema social, criando novas “vulnerabilidades” não resolvidas.