David Benhaïm *, Marie-Laure Bégout, Béatrice Chatain
O presente trabalho comparou a atividade de natação, exploração e atração visual de robalos selvagens e domesticados, induzidos por um congênere desconhecido localizado atrás de uma parede transparente no final de um braço de um labirinto em T. Este desafio cognitivo foi baseado na hipótese de que, colocados em um ambiente novo e, portanto, estressante, os peixes adotariam um comportamento gregário, mesmo que não estivessem familiarizados com o congênere presente. Vinte indivíduos de tamanho semelhante de ambas as origens foram testados individualmente. Após um período de aclimatação de 5 minutos, a parede da caixa de partida foi removida e o labirinto foi filmado durante 20 minutos. Diferentes variáveis de natação, incluindo velocidade angular (Vang), distância total percorrida (Dtot), velocidade média (Vel), tempo gasto em Imobilidade (Im) foram analisadas a partir de vídeos, bem como o tempo gasto em cada uma das 6 zonas virtuais, incluindo a zona da caixa de partida (Start), a zona próxima ao congênere (ZCong), a zona oposta a ZCong (OpCong) e três outras zonas. Vang foi maior em peixes domesticados e Im maior em peixes selvagens, mas peixes de ambas as origens passaram a maior parte do tempo em ZCong mostrando uma atração visual similar induzida por um congênere desconhecido de tamanho similar. No entanto, a variabilidade individual foi mostrada, incluindo peixes escolhendo se abrigar em Start e peixes visualmente atraídos pelo congênere, mas localizados em OpCong. Esses resultados demonstraram um impacto da domesticação em algumas características da atividade de natação, mas não no comportamento gregário. As descobertas são discutidas com foco em preocupações ecológicas e de aquicultura e seu interesse potencial para futuros experimentos baseados em cognição nesta espécie.