Zhila Khalkhali-Ellis e Mary JC Hendrix
Desde a sua descoberta como hidrolase lisossómica, a Catepsina D (CatD) tem sido alvo de um intenso escrutínio por parte de numerosos cientistas. Estes esforços acumulados definiram a sua via biossintética, estrutura e proteínas companheiras no contexto da sua função percebida de “manutenção doméstica”. No entanto, nas últimas duas décadas, a CatD emergiu como uma enzima multifuncional, envolvida numa miríade de processos biológicos que vão para além do seu papel original de “administração doméstica”. A CatD é responsável pela clivagem seletiva e limitada (bem distinta da degradação proteica não específica) de substratos específicos vitais para o funcionamento celular adequado. Estes eventos proteolíticos são críticos no controlo de processos biológicos, incluindo a progressão, diferenciação e migração do ciclo celular, morfogénese e remodelação tecidular, processos imunitários, ovulação, fertilização, crescimento neuronal, angiogénese e apoptose. Consistente com a relevância biológica da CatD, a sua deficiência, regulação alterada ou modificação pós-tradução estão subjacentes a condições patológicas importantes, tais como cancro, aterosclerose, doenças neurológicas e cutâneas. Especificamente, a síntese desregulada, as modificações pós-traducionais e a hipersecreção de CatD, juntamente com os seus efeitos mitogénicos, são marcas estabelecidas do cancro. Mais importante, mas menos estudado, é o seu significado na regulação da sensibilidade aos medicamentos anticancerígenos. Esta revisão descreve as modificações pós-traducionais do CatD, o tráfego celular, a secreção e os parceiros de ligação às proteínas na glândula mamária normal, e reafirma a função “específica do local” do CatD, que é provavelmente ditada pelas suas modificações pós- traducionais e parceiros de ligação. De salientar, é realçada a associação do CatD com um dos seus parceiros de ligação no contexto da sensibilidade aos medicamentos, com o otimismo de que poderá contribuir para o desenvolvimento de agente(s) quimioterapêutico(s) mais eficaz(s) adaptado(s)( s) para doentes individuais.