Marcelo Carlos Bortoluzzi*, Jefferson Traebert, Renata Lasta, Thaiany Naila da Rosa, Diogo Lenzi Capella
Objetivos: O objetivo deste estudo foi observar a perda dentária ao longo da idade em uma amostra de pacientes brasileiros e analisar sua capacidade de mastigação, relacionando-a com o quanto a perda da função oral impacta na qualidade de vida (QV).
Materiais e métodos: Este é um estudo observacional de centro único e os dados foram coletados por meio de exame clínico seguido de questionários para obtenção de informações sociodemográficas, capacidade de mastigação (por meio do índice de capacidade de mastigação - ICA) e QV (por meio do Oral Health Impact Profile, OHIP-14).
Resultados: A amostra foi composta por 171 voluntários aleatórios com idade média de 47 anos (DP 15,2). O baixo número de dentes naturais foi associado ao aumento da idade (coeficiente de correlação rho de Spearman -.7, P<.001, bicaudal) e à incapacidade de mastigação (ICA: capacidade de mastigação versus incapacidade) (Teste U de Mann-Whitney, P<.001). A deficiência mastigatória apresentou impacto negativo na qualidade de vida (OHIP geral; teste U de Mann-Whitney P<.001) e em 5 dos 7 domínios do OHIP (limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, deficiência física, deficiência psicológica). Idade acima de 40 anos também foi associada à deficiência mastigatória (qui-quadrado de Pearson P<.001) e pior qualidade de vida (teste U de Mann-Whitney P=.01).
Conclusão: Este estudo observou que a deficiência mastigatória produz um impacto significativo e negativo na qualidade de vida relacionada à saúde bucal e tanto a baixa qualidade de vida quanto a deficiência mastigatória estão relacionadas à diminuição do número de dentes naturais.