Pedro J. Leggo
O objetivo desta investigação é avaliar as propriedades e os benefícios da utilização de um fertilizante organozeolítico (biofertilizante) para a produção de culturas alimentares e para a vegetação de terrenos contaminados. Para além do custo cada vez mais elevado dos fertilizantes químicos, a sua utilização ao longo dos últimos setenta ou mais anos teve um efeito nefasto na saúde do solo. Em contraste, o biofertilizante, composto por resíduos orgânicos e rocha zeolítica triturada, contendo Clinoptilolite e comummente zeólito Mordenite, funciona biologicamente patrocinando a nitrificação. Os iões de amónio, provenientes da degradação dos resíduos orgânicos, são adsorvidos à superfície mineral da zeólita, evitando assim a perda para a atmosfera por volatilização. A oxidação dos iões de amónio, por microrganismos nitrificantes do solo, fornece nutrientes importantes e oligoelementos. A análise da água dos poros, a partir de substratos alterados com o biofertilizante, mostrou que a sua condutividade eléctrica é ordens de grandeza superior à da água dos poros de substratos não tratados. Isto reflete-se na elevada concentração iónica de catiões presentes, que abrange uma vasta gama de elementos, fornecendo oligoelementos essenciais, importantes e benéficos no estado iónico que estão diretamente disponíveis para absorção pelas plantas. Outros trabalhos mostraram que sem o componente orgânico o grau de crescimento das plantas é grandemente reduzido e o inverso aplica-se no sentido de que a aplicação dos resíduos orgânicos sem a rocha zeolítica triturada reduz novamente o crescimento das plantas. Muitos países do mundo possuem extensos depósitos de sedimentos zeolíticos, contendo uma grande abundância de minerais zeólitos, e a componente orgânica, sendo os resíduos animais ou vegetais, está geralmente disponível.