Alexander M. Markin, Victor Y. Glanz, Dmitry Kashirskikh, Igor A. Sobenin, Alexander N. Orekhov
Objectivos : Recentemente, foram feitos alguns progressos no estudo da modificação das lipoproteínas. Verificou-se que a dessialilação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e dos seus recetores pelas sialidases endógenas afeta o metabolismo das lipoproteínas na aterosclerose. Contudo, um estudo da actividade das sialidases do vírus influenza no plasma sanguíneo permitir-nos-á ver sob uma nova luz a contribuição das sialidases exógenas para o aparecimento e desenvolvimento da aterosclerose. Além disso, a determinação da associação da atividade da sialidase exógena com fatores de risco cardiovasculares convencionais é necessária para a previsão da doença.
Métodos : Recolhemos e analisámos 350 amostras de plasma, incluindo 192 amostras de plasma de doentes com doença coronária (DCC) (38% com antecedentes de enfarte do miocárdio (EM)) e 158 amostras de indivíduos saudáveis. O grupo amostral foi constituído por 49% de homens, 44% de mulheres e 7%, cuja informação de género não estava disponível. A idade média dos sujeitos foi de 63,6 anos, DP=12,2. A atividade da sialidase foi medida por ensaio radiológico e kit de ensaio fluorométrico. O qPCR em tempo real foi utilizado para medir os níveis de transcrição do gene da neuraminidase do vírus da gripe com primers degenerados.
Resultados : Determinamos a atividade da sialidase em amostras de plasma de indivíduos, sendo que este valor médio foi de 6,4 μU/ml com DP=1,6 (de 2,5 a 13,5 μU/ml). A atividade enzimática foi detetada em 344 das 350 amostras. A amplificação do gene da neuraminidase do vírus da gripe foi detetada em 50% das amostras. Os dados obtidos não estavam relacionados com o nível de colesterol LDL e HDL e triglicéridos das amostras de plasma, idade e sexo dos indivíduos, o seu estado de saúde e aspetos clínicos de doença coronária e enfarte do miocárdio.
Conclusão : A atividade da sialidase foi demonstrada em amostras de doentes, independentemente dos fatores de risco cardiovasculares convencionais, bem como dos aspetos clínicos das doenças. Pensa-se que a sialidase viral contribui para a patogénese da aterosclerose.