Carla Reigada, José Luis Pais-Ribeiro, Anna Novellas, Miguel Tavares e Edna Gonçalves
Abstrato
Os doentes próximos do fim da vida são diariamente confrontados com decisões complexas. É fundamental garantir a continuidade dos cuidados fora das instituições de saúde e, neste sentido, a presença de um familiar no domicílio capaz de prestar cuidados multiníveis tornou-se um importante objetivo/recurso para os doentes e para as equipas de saúde.
Objectivo: Analisar a literatura sobre os papéis e tarefas dos familiares cuidadores de doentes em cuidados paliativos (CP). Desenho: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura publicada em inglês, português e espanhol entre 2006 e 2014, de acordo com as diretrizes Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA).
Fontes de dados: PubMed, PsycInfo, Scopus e SciELO foram pesquisados para encontrar estudos sobre o papel do cuidador familiar em cuidados paliativos. Resultados: Foram incluídos 13 estudos que descreveram sete grandes papéis do cuidador: ser cuidador, ser potenciador do bem-estar, realizar muitas tarefas, atuar como facilitador de CP e ser responsável pela continuidade dos cuidados, ser aprendiz, ser minimizador/gestor do sofrimento e ser decisor no final da vida.
Conclusões: Os cuidadores familiares continuam a ser o maior apoio dos doentes em fim de vida, especialmente quando desejam ser cuidados em casa. Os cuidadores podem ser considerados a estrutura central para a continuidade dos cuidados a estes doentes. A definição das diversas tarefas e funções do cuidador contribuirá para o conceito de acordo de “cuidador familiar” e reconhecerá também o seu valor enquanto pessoa que também necessita de ser cuidada.