Ronaldo Z. Mendonça, Luciana Moreira Martins
A morte por apoptose é um fator muito importante nos processos de produção que têm limitado a produção industrial de algumas proteínas de interesse económico. No entanto, uma das formas de aumentar a produtividade celular seria inibir ou atenuar a morte celular. Recentemente demonstrámos a presença de uma potente proteína anti-apoptótica na hemolinfa de Lonomia obliqua que amplia a viabilidade da cultura celular através da prevenção da apoptose. Por outro lado, tem sido reportado que as mitocôndrias têm uma ação importante no processo de controlo da apoptose, sendo que a Permeabilização da Membrana Mitocondrial (MMP) pode ser uma etapa importante neste processo. A MMP associada ou não à perda do potencial electroquímico das mitocôndrias e alteração da matriz é responsável pela libertação de proteínas intermembranas (ex. citocromo c, AIF, etc) do citosol. O resultado obtido mostrou que a adição de uma proteína da hemolinfa de Lonomia obliqua na cultura leva a um prolongamento da vida celular (3-4 dias) e as células conduzem a um elevado potencial electroquímico das mitocôndrias. Esta proteína pode atuar na membrana mitocondrial, evitando a perda de permeabilidade da membrana e a libertação de Citocromo-C. Como controlo positivo, a morte por apoptose nestas culturas foi induzida por 50 μm de t-BHP ou 600 μm de H 2 0 2 . A presença de apoptose foi caracterizada por citometria de fluxo, microscopia eletrónica e eletroforese em gel de agarose. O potencial eletroquímico das mitocôndrias foi determinado por JC-1, Hoechst 33324 e DIOC6. O citocromo C foi identificado no citosol por um anticorpo anti-citocromo.