Grossmann SMC*,De Oliveira GC,Teixeira R,Vieira do Carmo MA
Objetivo: Na maioria dos estudos que analisaram a presença de RNA do VHC na saliva de pacientes com hepatite C crônica, apenas amostras de saliva estimuladas foram utilizadas para detecção viral. Assim, este estudo comparou a prevalência de RNA do VHC em fluxos salivares não estimulados e estimulados em pacientes com hepatite C crônica .
Desenho: Amostras de saliva de fluxos salivares não estimulados e estimulados de 24 pacientes foram coletadas, e o RNA do VHC foi investigado por RT-nested PCR. Dados sobre idade, sexo, fatores de risco para infecção pelo VHC, xerostomia e hipossalivação também foram analisados.
Resultados: O RNA do VHC pôde ser detectado em 11 (45,8%) amostras de saliva não estimuladas e em 14 (58,3%) estimuladas, sem significância estatística (p=0,472). Entretanto, em 18 (75,0%) pacientes foi possível detectar a presença do RNA do VHC em pelo menos uma das amostras de saliva. Seis (25,0%) pacientes queixaram-se de xerostomia e nove (37,5%) apresentaram hipossalivação, mas em apenas 3 (12,5%) pacientes, essas condições puderam ser observadas, simultaneamente. Não foi possível identificar correlação significativa entre a presença de RNA do VHC na saliva e idade, sexo, fatores de risco para infecção pelo VHC, xerostomia e hipossalivação.
Conclusão: Amostras de saliva estimuladas e não estimuladas devem ser investigadas para a presença de RNA do VHC em pacientes com hepatite C crônica, para evitar prevalência subestimada do VHC neste grupo de pacientes .