Sichangi Kasili*, Eric Gisege Okindo, Helen Lydiah Kutima I, Joseph Mutai M
A carga global das leishmanioses manteve-se estável durante alguns anos, causando morbilidade e mortalidade principalmente à fraca proporção da população. Estima-se que 5 milhões de pessoas estejam em risco de infecção no Quénia, ocorrendo anualmente 4.000 casos. Apesar destas estatísticas prevalecentes, os custos socioeconómicos para as leishmanioses não são conhecidos.
Um estudo transversal, que empregou a administração de questionários estruturados, foi realizado no subcondado de Marigat, no condado de Baringo, em 2015. Os chefes de família foram selecionados aleatoriamente, enquanto os participantes de discussões em grupos focados (FGDs) foram selecionados por amostragem propositado. Os dados foram analisados pelo teste Qui-quadrado no software SPSS versão 20.
O estudo recrutou 390 inquiridos, 53% e 48% mulheres e homens, respetivamente. A maioria (29%) dos inquiridos era analfabeta. Enquanto 44% tinham despesas mensais normais de 10,01-50 dólares, a despesa total média devido à leishmaniose visceral (LV) foi de 259,83 dólares por agregado familiar, com 50,26% a utilizar mais de 200 dólares. O número médio de dias económicos perdidos foi de 178 dias. 9,1% dos inquiridos referiram isolamento de doentes com LV.
O custo do tratamento de um doente com LV era muito superior ao gasto mensal dos residentes, resultando no afundamento das famílias afectadas na pobreza. Os dias perdidos durante o tratamento de doentes com leishmaniose poderiam ser utilizados para melhorar os meios de subsistência. Há necessidade de intervenções para aumentar o acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento da leishmaniose a preços acessíveis. Os programas de alívio da pobreza também devem ser aumentados no subcondado de Marigat e nas comunidades vizinhas.