Bishawjit Mallick* e Joachim Vogt
Os factores das alterações climáticas, os padrões demográficos e os efeitos da globalização económica estão a aumentar a exposição ao risco de quase todas as regiões do mundo. A zona costeira do Bangladesh é um foco de perigos de ciclones no mundo. Contudo, a percepção e as práticas de gestão dos ciclones são espacialmente heterogéneas, de modo que medidas abrangentes não são, em muitos casos, nem socialmente aceitáveis nem economicamente sensatas. É por isso necessário considerar a própria heterogeneidade dos factores de vulnerabilidade social, na medida em que são recolhidos e agregados apoiados em algoritmos. É essencial que sejam abrangidas as interacções existentes entre os factores que conduzem, na maioria dos casos, a uma amplificação exponencial da vulnerabilidade social e, assim, geram os efeitos socialmente devastadores dos desastres naturais. O objectivo desta investigação foi desenvolver métodos de recolha e análise de dados personalizados e determinar os algoritmos das interacções entre os factores de gestão de meios de subsistência vulneráveis induzidos por um ciclone. Esta é a base para a construção de planos e medidas para uma forma sustentável de redução do risco de catástrofes. A aceitação social de todas as acções consequentes, incluindo as restrições à utilização a nível local, só pode ser aumentada pelo facto de a derivação destas limitações ser transparente. Tudo isto é apresentado neste artigo com base numa investigação empírica com 1555 inquiridos que foram vítimas do ciclone Sidr (2007) e do ciclone Aila (2009) nas aldeias costeiras do sudoeste do Bangladesh.