Érica Ortiz, Luciana R Meirelles, Afonso C Vigorito, Eulália Sakano e Ester Maria Danielli Nicola
Introdução: Acredita-se que a imunossupressão é a única causa para a ocorrência de rinossinusite no transplante de células estaminais hematopoiéticas (TCTH). Existe uma elevada incidência de sinusite em doentes recetores, especialmente naqueles com doença crónica do enxerto versus hospedeiro (DECH). Foram descritas anormalidades histopatológicas na mucosa sinusal dos recetores em comparação com doentes imunocompetentes. Houve também anormalidades mucosas relacionadas com a citotoxicidade nos doentes transplantados com DECH crónica, mas nenhuma diferença na ultraestrutura entre os doentes com TCTH com e sem DECH, exceto o aumento de células caliciformes nos doentes sem DECH. A relação entre as alterações da mucosa nasossinusal destes doentes e a rinossinusite ainda não está bem estabelecida. Objectivo: Verificar a ultra-estrutura da mucosa nasossinusal de TCTH com e sem DECH com rinossinusite para compreender a causa da elevada incidência de sinusite. Método: estudo prospetivo com análise estatística de dados obtidos na avaliação da mucosa do processo uncinado de doentes transplantados com (16) e sem DECH (8) com rinossinusite por microscopia eletrónica de transmissão e ótica. Resultados: Dos doentes, 47% (14) tiveram apenas 1 ou 2 episódios e 33% tiveram mais de 3 episódios de rinossinusite. Apenas a presença de microvilosidades foi significativamente maior nos doentes sem DECH. Não se verificou diferença significativa na quantidade de cílios, ultraestrutura ciliar, metaplasia escamosa, células caliciformes, vacuolização, densidade do infiltrado inflamatório, linfócitos intraepiteliais, eosinófilos, glândulas mucosas, corpúsculos apoptóticos, espessura da membrana basal intraepitelial, edema e fibrose subepitelial entre os grupos. Houve uma diminuição significativa dos cílios com o Powered by Editorial Manager® e o ProduXion Manager® da Aries Systems Corporation, maior recorrência de rinossinusite. Conclusão: Verificou-se um aumento das microvilosidades no TCTH sem DECH com rinossinusite, sendo que as alterações ultraestruturais e histológicas do TCTH com e sem DECH não se alteraram com a recidiva da rinossinusite. No entanto, verificou-se uma diminuição de cílios no epitélio do TCTH nasossinusal com maior recorrência de rinossinusite.