Iswinarno Dososaputro, Lisette T Hoekstra, Dinar Rahmania e David S Perdanakusuma
Enquadramento : Podem surgir problemas de cicatrização de feridas em feridas de dadores após a colheita de um enxerto de espessura total. O retorno de células estaminais mesenquimais (MSCs) nas feridas pode acelerar a cicatrização das feridas. O objetivo deste estudo é analisar o efeito das CTMs no processo de epitelização e na densidade de colagénio na cicatrização de feridas de espessura total.
Métodos : O estudo piloto incluiu 10 doentes submetidos a excisão de enxerto de pele de espessura total na virilha. Os doentes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: Células Estaminais Mesenquimais (CTMs) e Células Estaminais Não Mesenquimais (CTMs Não-Mesenquimais). O grupo de CTM já tinha sido submetido à recolha de gordura, que foi processada em células estaminais mesenquimais. As biópsias foram realizadas em ambos os grupos nos dias 14 (fase proliferativa) e 45 (fase de maturação) e foram comparadas com pele normal (NS; n=5). As camadas epiteliais da epiderme foram avaliadas com coloração com hematoxilina eosina. A densidade do colagénio foi avaliada com coloração MT e analisada ao microscópio ótico.
Resultado : No grupo CTMs e no grupo Não CTMs, o número de camadas epiteliais foi significativamente superior em comparação com o grupo NS no dia 45 (14,7 ± 0,70 e 8,24 ± 0,76 vs 5,43 ± 0, 60 respetivamente; p<0,001 e p< 0,001). A densidade de colagénio no grupo CTM no dia 14 foi de 33,3 ± 2,46% no grupo CTM e de 45,7 ± 5,84% no grupo não CTM, em comparação com 54,3 ± 3,71% no grupo NS (p<0,001 e p=0,012 resp.). Estes valores aumentaram no dia 45 para 49,2 ± 3,28% no grupo com CTM e 73,4 ± 1,63% no grupo sem CTM.
Conclusão : As células estaminais mesenquimais aumentaram o número de camadas epiteliais no processo de cicatrização de feridas de espessura total em comparação com a pele normal. Um maior aumento foi observado no grupo das CTMs. No dia 45, observou-se um aumento da densidade de colagénio no grupo CTMs e no grupo Não CTMs. As células estaminais mesenquimais derivadas do tecido adiposo podem ser utilizadas no processo de cicatrização de feridas de espessura total. Futuros ensaios clínicos randomizados são necessários para confirmar estes achados.