Maria Melo
Abuso Infantil (AC) é definido como qualquer dano físico ou psicológico infligido a crianças. A região anatômica mais comumente afetada nesses casos é o complexo orofacial, colocando os dentistas em uma posição dominante para detectar AC. Os números estatísticos referentes ao AC são altos e muitos casos não são relatados.
Objetivo: Determinar o nível de conhecimento, as aptidões e a capacidade dos dentistas em relatar casos de AC; as barreiras enfrentadas na notificação de casos; e as principais características clínicas para a detecção de AC. Metodologia: Foi feita uma busca nas bases de dados PubMed (MEDLINE), ScienceDirect, LILACS e SciELO por artigos publicados até março de 2019, envolvendo estudos analíticos observacionais e descritivos relevantes para os objetivos do nosso estudo. Todos os artigos foram revisados independentemente por dois autores. Resultados: As lesões causadas por AC estão localizadas principalmente na região orofacial - as mais prevalentes são cáries, queimaduras e fraturas. O fator de risco mais frequentemente identificado são alterações comportamentais por parte dos pais ou cuidadores. Os estudos revisados refletem uma discrepância entre casos suspeitos e relatados de CA.
Conclusão: Embora os dentistas sejam capazes de detectar lesões, há uma grande falta de conhecimento sobre como relatar casos de CA às autoridades. É interessante estabelecer diretrizes para a detecção e notificação de casos suspeitos. É necessário um treinamento aprimorado em odontologia forense e legal, juntamente com o estabelecimento de protocolos de detecção e notificação. Os sinais clínicos detectados no caso de CA e negligência incluem cáries não tratadas, higiene oral deficiente, traumatismos, queimaduras, lacerações e mordidas. O reconhecimento de tais sinais e a compilação correta do histórico do caso são essenciais para a detecção de CA.