Nathalie Aladjidi, Raoul Santiago, Corinne Pondarré, Anne Lambilliotte, Guy Leverger, Claire Godard Sebillotte, Vincent Barlogis, Pierre Rohrlich, Marlène Pasquet, Sophie Bayart, Dominique Plantaz, Patrick Lutz, Karine de Bosredon, Aude Marie-Cardine, Corinne Guitton, Patrick Boutard, Martine Munzer, Jean-Louis Stephan, Thierry Leblanc e
Objetivo: Embora a esplenectomia seja o tratamento padrão ouro para trombocitopenia imune primária (PTI) refratária em adultos, seu lugar continua sendo debatido em crianças. O Plano Francês para Doenças Raras nos deu a oportunidade de conduzir um estudo colaborativo sobre a eficiência e tolerância desse procedimento na PTI infantil.
Pacientes e métodos: Um estudo retrospectivo foi conduzido na França para identificar crianças com PTI tratadas com esplenectomia durante um período de 9 anos. Um total de 78 crianças foram incluídas. Dados da coorte nacional CEREVANCE em andamento de citopenia autoimune infantil em 30 unidades foram revisados e concluídos por um contato direto com os médicos de referência. Terminologia internacional para definição de resposta foi usada. A sobrevida livre de recidiva foi avaliada pelo método de Kaplan-Meier.
Resultados: As idades medianas no diagnóstico de PTI e esplenectomia foram 9,6 e 12,4 anos, respectivamente. A duração mediana da PTI antes da esplenectomia foi de 24 meses (1-162); 62 crianças tinham PTI crônica. O número mediano de linhas de tratamento antes da esplenectomia foi de 2 (1-7). A laparoscopia foi usada em 81% dos casos. Quatro crianças foram submetidas a complicações cirúrgicas imediatas. Com um acompanhamento mediano de 41 meses, a remissão completa (RC) foi mantida nas últimas notícias em 84% das crianças. A RC foi obtida em 77% dos casos com destruição de plaquetas intra-esplênicas e em nenhum caso com destruição não esplênica (p = 0,11). Usando uma definição muito rigorosa para recidiva, a sobrevida livre de recidiva em 5 anos foi de 51% [IC95% 37-64]. Nenhuma morte ou sepse avassaladora foi relatada.
Conclusões: Neste estudo nacional com acompanhamento de longo prazo, a excelente relação benefício/risco da esplenectomia para PTI refratária confirma que, em equipes qualificadas e concertadas, o procedimento ainda está na vanguarda dos tratamentos curativos. A avaliação isotópica é valiosa, mas outros fatores prognósticos para RC devem ser determinados. A pesquisa ao longo da vida do risco potencial infeccioso e trombótico na idade adulta deve ser coordenada pelo médico de referência. O local para outras opções terapêuticas, a fim de adiar o mais tarde possível a esplenectomia na PTI infantil, deve agora ser determinado.