Gonçalves MA, Leal D, Costa S, Borges de Meneses ED
Os bioeticistas enfatizaram o princípio da autonomia na prática clínica como um dever do médico e um direito inalienável do doente. No entanto, em situações de emergência, o juízo clínico privilegia, muitas vezes, o princípio da beneficência, na procura de salvar vidas.
Os autores descrevem três situações clínicas reais, iminentes e potencialmente fatais. De seguida, questionou-se os médicos, doentes, familiares e bioeticistas sobre o seu juízo sobre as ações clínicas realizadas. Médicos, doentes e seus familiares concordaram em quase todas as respostas. Os bioeticistas, por outro lado, tiveram avaliações mais opostas. Estará a bioética a desviar-se da vontade dos doentes e da realidade da prática clínica?
O pensamento de Paul Ricouer merece a reflexão do autor sobre a sua dimensão phronesis. Agir com prudência e proporcionar uma prática clínica humanizada leva-nos a encontrar a recta ratio agibilium (a linha da razão de quem age).