Ki Hoon Kim
Introdução: Alguns doentes com apendicite complicada e sem abcesso periapendicular na tomografia computorizada pré-operatória podem necessitar de cecectomia alargada, incluindo ileocecectomia e hemicolectomia direita. Neste estudo, determinámos se existem fatores preditivos para a cecectomia alargada nestes doentes, para auxiliar na tomada de decisão pré-operatória.
Material e Métodos: Este estudo retrospetivo incluiu 44 doentes com apendicite complicada submetidos a tratamento cirúrgico para além da simples apendicectomia, apesar da ausência de abcesso periapendicular na tomografia computorizada do abdómen pré-operatória. Os doentes foram divididos em dois grupos: os submetidos a cecectomia parcial (grupo cecectomia parcial, n=23) e os submetidos a ileocecectomia ou hemicolectomia direita (grupo cecectomia alargada, n=21). Diversas variáveis clínicas e laboratoriais, incluindo o score de Alvarado, foram comparadas entre estes dois grupos.
Resultados: O tempo de início dos sintomas foi mais curto (p=0,015), o score de Alvarado mais elevado (p=0,018), a contagem de leucócitos mais elevada (p=0,046) e o nível de proteína C reativa mais baixo (p=0,011) no grupo de cecectomia parcial em comparação com o grupo de cecectomia alargada. Vinte e um doentes no grupo de cecectomia parcial e 17 doentes no grupo de cecectomia alargada apresentaram perfuração apendicular. O tempo de internamento no grupo de cecectomia prolongada foi significativamente maior do que no grupo de cecectomia parcial (p=0,015).
Conclusão: O presente estudo sugere que baixas contagens de leucócitos, níveis elevados de proteína C reativa, baixos escores de Alvarado e longo tempo de início dos sintomas podem ser fatores preditivos para cecectomia prolongada em doentes com apendicite complicada.