Stefano Soriani*, Fabrizia Buono e Monica Camuffo
A Gestão Integrada da Zona Costeira é amplamente reconhecida como um conjunto de princípios, abordagens e ferramentas para o desenvolvimento sustentável das zonas costeiras. Contudo, embora a sua importância como quadro teórico para abordar a complexidade da governação costeira não seja opinável, o problema de traduzir os princípios da GIZC na prática de gestão quotidiana ainda representa um ponto básico a abordar. Este artigo visa esclarecer os elementos mais importantes que dificultam a adoção e implementação da GIZC. Para o efeito, avalia criticamente os resultados do Projeto PEGASO do 7.ºPQ da UE (Pessoas pela Governação Baseada em Ecossistemas na Avaliação do Desenvolvimento Sustentável do Oceano e da Costa). O projecto considerou os esforços e iniciativas de GIZC em 10 estudos de caso, 7 no Mar Mediterrâneo e 3 no Mar Negro. O estudo confirma que lidar com a natureza multiescalar da governação costeira, a má coordenação de políticas e a fragmentação administrativa, a ditadura das abordagens sectoriais, a dificuldade de promover a integração, tanto temática como geográfica, a complexa relação entre acordos voluntários e quadros estatutários , a difícil relação entre a ciência e a tomada de decisões e o problema da sustentabilidade ao longo do tempo das iniciativas e esforços de GIZC ainda representam os principais factores que dificultam uma adopção mais ampla da GIZC nos casos considerados.