Shittu RO, Adeyemi MF, Odeigah LO, Abdulraheem O Mahmoud, Biliaminu SA e Nyamngee AA
Enquadramento: As lesões orais estão entre as primeiras manifestações clínicas da infecção pelo VIH. Em países em desenvolvimento como a Nigéria, onde os sofisticados aparelhos de diagnóstico utilizados para monitorizar o estado imunitário dos doentes com VIH/SIDA não estão prontamente disponíveis, o reconhecimento precoce das lesões orais mais comuns e específicas relacionadas com o VIH pode ser utilizado para a diagnóstico, de modo a que possa ser fornecido tratamento imediato para reduzir a morbilidade. Objectivos: Avaliar a prevalência e o espectro de lesões orais em relação à contagem de células CD4 entre os doentes recém-diagnosticados com VIH no Hospital Universitário da Universidade de Ilorin (UITH), Ilorin, estado de Kwara, Nigéria.
Métodos: Tratou-se de um estudo descritivo, transversal, de base hospitalar, de 160 doentes adultos recém-diagnosticados, atendidos na clínica de VIH/SIDA da UITH, Ilorin. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comité de Ética da UITH. O consentimento informado de todos os doentes foi também obtido antes da recolha dos dados. Todos os doentes com VIH eram virgens de tratamento. Foram utilizadas uma entrevista guiada por questionário e uma avaliação clínica oral.
Resultados: A prevalência de lesões orais foi de 31%. A lesão oral mais comum foi de origem fúngica (53,1%) seguida de viral (36,7%). As lesões orais de origem inflamatória (6,7%) foram relativamente raras enquanto as de origem bacteriana (4,1%) não foram muito comuns. Nenhuma das lesões orais detectadas era de origem neoplásica. A maioria das lesões orais ocorreu quando a contagem de células CD4 era inferior a 200 células/μl.
Conclusão: As lesões orais são comuns em pessoas com VIH com contagens de células CD4 muito baixas (≤ 200 células/μl). A candidíase oral é a lesão mais comum em Ilorin, no estado de Kwara, na Nigéria.