Tolesa Fanta, Telake Azale, Dawit Assefa e Mekbit Getachew
Enquadramento: O estigma da epilepsia é considerado um dos fatores mais importantes que influenciam negativamente as pessoas com epilepsia. Entre todos os tipos de estigma, o estigma percebido exerce ainda mais pressão e restringe a participação normal na sociedade. Existem pesquisas limitadas realizadas sobre o estigma percebido e os fatores associados entre os doentes com epilepsia nos países em desenvolvimento, incluindo a Etiópia.
Métodos: Estudo quantitativo transversal de base hospitalar foi realizado de 1 de maio de 2013 a 30 de maio de 2013. GC Todos os doentes com epilepsia na Etiópia eram população de origem. Os doentes com epilepsia atendidos no departamento de neuropsiquiatria do Hospital Especializado Psiquiátrico Amanuel durante o período do estudo constituíram a população do estudo. O tamanho da amostra foi determinado pela fórmula de proporção populacional única e 347 indivíduos foram selecionados pelo método de amostragem aleatória sistemática. Os dados foram analisados no SPSS versão 20.
Resultados: Participaram 346 participantes com uma média de idades de 29,3 ± 8,5DP, com uma taxa de resposta de 99,7%. A prevalência do estigma percebido foi de 31,2%. Faixa etária entre os 18 e os 24 anos [AOR = 2,84, IC 95%: 1,02, 7,92], dificuldade em comparecer no seguimento por medo do estigma [AOR = 3,15, IC 95%: 1,19 , 8,34], lesão relacionada com convulsões [AOR = 1,88 , IC 95%: 1,12, 3,15] e crença de contágio [AOR = 1,88, IC 95%: 1,10, 5, 08] foram significativamente associados ao estigma percebido.
Conclusões: Verificou-se que o estigma percebido é um problema comum entre os doentes que sofrem de epilepsia. Os resultados reforçam a necessidade de consciencializar os doentes com epilepsia e de abordar os conceitos errados associados à epilepsia, bem como de educar sobre como lidar com o estigma.