Bereket Duko, Getinet Ayano e Melkamu Agidew
Enquadramento: O medo e a incompreensão da epilepsia e do alcoolismo podem levar a atitudes negativas, comportamentos precários de procura de saúde e estigma social, resultando em discriminação social. O principal objetivo deste estudo foi avaliar a perceção, atitude e fatores associados ao alcoolismo e à epilepsia entre os residentes da cidade de Hawassa, sul da Etiópia.
Métodos: O estudo transversal de base comunitária foi realizado em Setembro de 2014. Os participantes do estudo foram seleccionados utilizando o método de amostragem em múltiplas etapas e distribuídos em aldeias seleccionadas proporcionalmente ao seu número estimado de agregados familiares. Os dados foram recolhidos através de um questionário estruturado, pré-testado e aplicado por entrevistador e a análise foi feita pelo SPSS versão 20.
Resultados: 51,08% e 58% dos inquiridos têm uma boa perceção sobre a epilepsia e a depressão, respetivamente. Idade [AOR=3,97, IC 95%=(1,87-8,40)], rendimento [AOR=2,58, IC=(1,54-4,34)], informação dos meios de comunicação de massa [ AOR=1,94, IC=(1,44-2,63)], informação de instituições religiosas [AOR=0,57, IC=(0,40-0,82)] e informação de instituições de saúde [AOR =1,73, IC=(1,15-2,2,60)] para a epilepsia, idade [AOR=6,02, IC95%= (2,76-13,15)] e rendimento [AOR= 2, 93, IC=(1,71-5,02)] foram preditores significativos da percepção e , percepção [AOR=3,32, CI=(2,44.-4,52)] para o alcoolismo, rendimento[AOR= 2 ,24, IC=(1,23-4,05)], informação da instituição de saúde [AOR=1,56, IC=(1,07-2,41] e perceção [AOR=1,45, IC= (1,04.-2,01)] para a epilepsia e foram considerados preditores significativos da atitude.
Conclusão: É vital educar as pessoas sobre as perturbações mentais através da utilização dos meios de comunicação social e das instituições de saúde e do trabalho com instituições religiosas.