Katsuhiko Matsui, Keisuke Shigehara e Reiko Ikeda
Fundamento: A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crónica da pele caracterizada pela colonização superficial por Staphylococcus aureus e pelo aumento do número de mastócitos na pele lesada, cujas características imunopatológicas variam de acordo com a duração da lesão.
Objectivo: O presente estudo foi realizado para esclarecer os efeitos dos componentes da parede celular de S. aureus na produção de mediadores alérgicos a partir de mastócitos murinos.
Métodos: O peptidoglicano (PEG) e/ou o muramildipeptídeo (MDP) foram utilizados para estimular os mastócitos murinos, e os sobrenadantes da cultura resultantes foram analisados quanto às quimiocinas Th1 e Th2 e à libertação de histamina. A produção de quimiocinas foi avaliada por reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa (RT-PCR) e ensaio imunoenzimático (ELISA). A libertação de histamina foi medida através de um ELISA competitivo.
Resultados: A estimulação com PEG induziu a produção da quimiocina Th1, CXCL10, e da quimiocina Th2, CCL17 pelos mastócitos. Embora o MDP não tenha induzido a produção destas quimiocinas, aumentou sinergicamente a produção de CCL17 estimulada por PEG, mas não de CXCL10, a partir dos mastócitos. A libertação de histamina também foi aumentada na presença de MDP.
Conclusão: Os presentes resultados sugerem que, em doentes com DA, a colonização por S. aureus pode exacerbar a inflamação alérgica aguda através da regulação positiva da produção de CCL17 e da libertação de histamina a partir de mastócitos estimulados por PEG e MDP.