Alfredo Célio*, Nchowela Guido, Muchanga Izaidino, Nharrave Adérito, Mussa Yazido, Macuácua Jorge
Introdução: O consumo de alface proporciona diversos benefícios, como alta fonte de fibras alimentares, minerais e vitaminas. No entanto, apesar desses benefícios, ela pode ser um veículo de transmissão de doenças parasitárias, tendo em vista que seu consumo é feito de forma crua. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade parasitológica da alface que é comercializada nos mercados da cidade de Maxixe, na província de Inhambane, sul de Moçambique.
Materiais e Métodos: Em junho e julho de 2018, 50 amostras de alface foram adquiridas em três mercados da cidade de Maxixe. As amostras foram colocadas em sacos plásticos, corretamente identificadas e transportadas para o Laboratório de Microbiologia e Parasitologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Pedagógica de Moçambique, onde os ovos e larvas dos parasitas foram investigados, usando o método de Hoffmann e Pons-Janer. A análise estatística dos dados foi realizada usando o programa SPSS, versão 24.
Resultados e Discussão: Das 50 amostras de alface analisadas, 35 delas foram positivas, o que corresponde a 70% das amostras contaminadas, sendo as 15 restantes (30%) negativas, com diferenças significativas (X 2 , P=0,002). A maior taxa de contaminação foi encontrada no mercado de Tsuhula, com 100% das amostras contaminadas, seguido pelo mercado de Dumbanengue com 64,7% e finalmente o mercado de Xicadjuanine com 43,75% das amostras contaminadas. Os parasitas encontrados nas amostras de alface foram Ascaris lumbricoides, cistos de Entamoeba histolytica, larvas de Strongyloid stereoralis e Fasciola hepática .
Conclusão: Foram obtidos índices expressivos de contaminação da alface comercializada nos três mercados, sendo necessária a adoção de práticas adequadas de higiene antes do seu consumo, além da necessidade de fortalecimento do sistema de vigilância sanitária.