Giuseppe Di Stolfo, Sandra Mastroianno, Mauro Pellegrino Salvatori, Raimondo Massaro, Nicola Cianfrone, Aldo Russo, Domenico Rosario Potenza e Raffaele Fanelli
Introdução: O objetivo deste manuscrito é uma reconsideração cuidadosa sobre a vantagem e o risco da automedicação por medicamentos de venda livre (OTC), em relação ao prolongamento do intervalo QTc, à síndrome do QT oculto não revelador e à Síndrome de Mortes Súbitas por Arritmia (SADS). Apresentação do caso: Mulher de 64 anos foi transportada para o Serviço de Urgência após síncope traumática. O doente foi encontrado em casa com uma lesão occipital ferida e amnésia retrógrada; nos dois dias anteriores teve uma constipação comum e comprou uma formulação OTC (Over the Counter) composta por paracetamol, ácido ascórbico e cloridrato de fenilefrina. O ECG mostrou alteração da repolarização ventricular compatível com síndrome do QT longo induzido. Nos dias subsequentes, com a retirada da fenilefrina, observámos uma redução constante do QT, mas ainda um QTc longo. Com base na síncope clara e na síndrome do QT longo não reveladas pelo tratamento com fenilefrina, foi implantado o CDI. Conclusão: A automedicação generalizada para o alívio da constipação é geralmente percebida como um tratamento seguro pela população em geral; no entanto, em alguns OTC, o doente pode encontrar medicamentos pertencentes à “lista de medicamentos a evitar” específica para a SADS, levando a um impacto prejudicial no prognóstico.