Enrique Chacon-Cruz, Erika Zoe Lopatynsky-Reyes, Rosa Maria Rivas-Landeros, Luis Antonio Zapata-Cosain
Enquadramento: Publicámos vários estudos relacionados com a Doença Pneumocócica Invasiva e a eficácia das Vacinas Pneumocócicas Conjugadas: 7-valente (PCV7) e 13-valente (PCV13). Este é o primeiro estudo prospetivo latino-americano que procura a otomastoidite (OM) em crianças e o impacto do PCV13 nesta doença. Métodos: Desde 1 de outubro de 2005 até 30 de setembro de 2017, foi realizada uma vigilância prospetiva para identificar todas as crianças <16 anos com OM no Hospital Geral de Tijuana, México. OM foi diagnosticado com otoscopia e sinais tomográficos de OM. A identificação bacteriana foi obtida a partir de abcessos mastoides e/ou supramastoideos, e a identificação bacteriana por culturas convencionais. A serotipagem pneumocócica foi realizada pelo Quellung Reaction (Statens Serum Institute®). Resultados: Foram identificados 20 casos de MO. A mediana de idade à admissão foi de 32 meses (6 meses a 15 anos). Mediana de dias de internamento de 10 (5–115). A mastoidectomia foi realizada em todos. O isolamento bacteriano foi bem sucedido em 18 (85,7%). O S. pneumoniae foi isolado em 14 (77,77%). Para a OM pneumocócica: antes da introdução do PCV7 (19 meses de vigilância) havia 0,158 casos por mês (6A, 18C, 7F, um de cada), a vacinação universal pós-PCV7 (61 meses de vigilância) diminuiu para 0,114 casos por mês (serotipos 19A(3), 3(2), 7F(1), 12F(1), impacto do PCV7 de 27,8%), e após a implementação do PCV13 (76 meses de vigilância) desceu para 0,052 casos por mês (serotipos 3(1), 33F(1), 35B(1), 24F(1), impacto do PCV13 de 67%), não havendo casos de S. pneumoniae serotipo 19A após PCV13. Conclusão: Embora relativamente pouco frequente, a OM esteve associada a uma importante morbilidade (mastoidectomia) e a um longo internamento. O S. pneumoniae foi a principal causa, com elevado impacto do PCV13 (67%), e possível desaparecimento do serotipo 19A