Patricia Maia Pereira, Ricardo Sposina Sobral Teixeira, Marcone Augusto Leal de Oliveira, Manuela da Silva e Viridiana Santana Ferreira-Leitão
O herbicida atrazina (2-cloro-4-etilamina-6-isopropilamina-s-triazina) é amplamente utilizado no controlo de infestantes em culturas de cana-de-açúcar. A aplicação de fungos para a biodegradação de xenobióticos tem sido estudada com resultados promissores. Assim sendo, foi avaliada a degradação da atrazina mediada por Pleurotus ostreatus INCQS 40310, tendo sido também investigado o envolvimento das enzimas ligninolíticas juntamente com o processo de degradação. Para promover elevadas percentagens e taxas de degradação, foi utilizado pela primeira vez um planeamento experimental fatorial fracionado para determinar os componentes do meio mais significativos para a degradação da atrazina. Esta estratégia melhorou a degradação da atrazina de 39,0% para 71,0% ao fim de 15 dias, com formação de diferentes metabolitos. Posteriormente, foi realizado um planeamento fatorial completo 32 utilizando as variáveis selecionadas na primeira parte deste estudo. Os sais FeSO4 e MnSO4 apresentaram uma influência significativa nas percentagens e nas taxas de degradação da atrazina. A otimização do meio resultou em 90,3% e 94,5% de degradação da atrazina ao fim de 10 dias e 15 dias, respetivamente. Embora a atividade da lacase tenha sido medida durante o processo de degradação, não foi possível correlacionar a atividade da lacase com a degradação da atrazina. Os resultados demonstraram a eficiência do P. ostreatus INCQS 40310 na degradação da atrazina, demonstrando assim o potencial deste fungo como agente de biorremediação.