Saffarzadeh A e Takayuki Shimaoka
A incineração é uma das técnicas mais eficazes para o tratamento de resíduos urbanos e perigosos. Através desta técnica, espera-se que a maioria das substâncias tóxicas seja estabilizada na matriz durável dos produtos de cinzas residuais no final do processo. Estes produtos consistem numa variedade de componentes vítreos/cristalinos, incluindo fases primárias ricas em Fe que podem sofrer alterações quando expostas ao ambiente natural. Na presente investigação, foi sistematicamente investigado o impacto do intemperismo natural no comportamento das fases primárias ricas em Fe, a sua alteração e a formação dos produtos secundários relevantes nas amostras de cinzas pesadas intemperizadas de um (mono) aterro sanitário. Foram recolhidas amostras de várias idades (1-20 anos) em quatro locais do aterro em 2009. A microscopia ótica, os exames SEM-EDX, XRD e XRF foram aplicados para documentar as pegadas dos
processos de meteorização. Utilizando estas técnicas, compreendemos que foram desenvolvidos vários produtos secundários (recentemente formados) (amorfos ou cristalinos), incluindo a goethite (α-FeOOH), a lepidocrocite (γ-FeOOH), a hematita (Fe2O3), a magnetite (Fe3O4), o ferro óxido ( FeO) e fases de gel Ca-Si e Ca-Al-Si ricas em Fe. Ocorreram sob condições ambientais variáveis como produtos de meteorização das fases primárias ricas em ferro. Foi também identificada a forte afinidade destas fases secundárias com metais pesados de importância ambiental como o Zn, Cu, Pb e Ni. Isto sugere que o desenvolvimento de produtos secundários ricos em Fe pode contribuir parcialmente para a redução da
libertação de metais pesados para os ambientes circundantes. Contudo, tais fenómenos podem ter um efeito inibitório na utilização de cinzas pesadas como agregados reciclados.