Didier Serteyn, Geoffroy de la Rebière de Pouyade, Charlotte Sandersen, Alexandra Salciccia, Sigrid Grulke, Ange Mouithys-Mickalad, Thierry Franck, Jean-Philippe Lejeune e Justine Ceusters
A laminite é uma doença comum e debilitante que afeta cavalos e póneis. Muitas vezes leva ao desaparecimento do animal. Suspeita-se que a deficiência energética provoca a ruptura dos hemidesmossomas, levando à falha da interface dermo-epidérmica. O objetivo deste estudo foi medir a função mitocondrial muscular por respirometria de alta resolução. Foram obtidas microbiópsias musculares de 11 cavalos afetados por laminite metabólica aguda, 6 cavalos afetados por laminite aguda resultante de uma síndrome de resposta inflamatória sistémica e 28 cavalos saudáveis distribuídos por 2 grupos de controlo: 17 cavalos com um score de condição corporal [BSC, variando de 0 (emaciado) a 5 (obeso)] de 2 a 3 e 11 cavalos com BSC de 4 a 5. Durante a fase aguda da laminite, observou-se uma redução significativa da respiração muscular mitocondrial. A disfunção mitocondrial muscular ocorreu independentemente da etiologia (perturbação metabólica ou inflamação sistémica) levando à laminite. A redução da fosforilação oxidativa e da capacidade respiratória máxima (após desacoplamento) pode induzir depleção do conteúdo de ATP da célula. Se a mesma alteração mitocondrial ocorrer na lâmina do pé, o direccionamento para as mitocôndrias deverá ser considerado no futuro, não só para melhor compreender a fisiopatologia da doença, mas também para manter e apoiar a função mitocondrial antes de se atingir o «limiar de disfunção mitocondrial» que pode levar à falha da interface dermo-epidérmica.