Rici REG, Will SEA, Favaron PO, Fratini P, Miglino MA, Ambrósio CE e Maria DA
O osteossarcoma é o tumor ósseo mais frequente que atinge predominantemente o adolescente com idades compreendidas entre os 10 e os 25 anos. Em oncologia veterinária, o osteossarcoma representa 80-95% dos tumores ósseos diagnosticados em cães. Os humanos e os cães partilham diversas semelhanças no que diz respeito aos aspetos fisiológicos e moleculares do desenvolvimento do osteossarcoma. Por esta razão têm sido utilizados cães como modelo homólogo ao humano, os quais têm apresentado resultados in vitro promissores. Aqui, a partir de tumor implantado em ratinhos nus, analisámos os efeitos de uma combinação de células estaminais da medula óssea canina e proteína morfogenética óssea (BMP-2) no tratamento do osteossarcoma. Os resultados mostraram que esta combinação alterou a expressão de marcadores de morte celular, levando a um aumento da expressão da caspase 3, e a uma diminuição da expressão de Bcl-2, bem como a uma diminuição da proliferação celular (Ki-67 e p53) e do receptor de angiogénese (CD34, COX-2, IL-6, IL-8 e VEGF). O ambiente tumoral foi modificado pela diminuição da expressão de CD4+CD25+ resultando num aumento citotóxico de CD8+. Concluindo, estes dados mostraram que o tratamento utilizando a combinação de células estaminais da medula óssea canina e proteína morfogenética óssea (BMP-2) surge como uma potencial ferramenta terapêutica para o tratamento do osteossarcoma.