Ramesh P Aacharya e Sibichan Varghese
Enquadramento: As greves dos médicos são um fenómeno global comum. No passado recente, foram relatadas várias greves em vários países em desenvolvimento, incluindo a Índia. O objetivo deste panorama ético é (a) estudar e descrever razões, modalidades e impactos das greves dos médicos na Índia, (b) desenvolver uma reflexão ética sobre a greve dos médicos e (c) avaliar as greves dos médicos na Índia. esta reflexão ética. Discussão: Neste estudo baseado na literatura, discutimos a greve dos médicos indianos e as suas diversas reflexões e avaliações éticas. Este artigo está organizado em três secções de acordo com os objetivos do estudo. Na primeira secção analisamos a situação indiana com as greves médicas em termos dos seus motivos, modalidades e os seus impactos. Na segunda secção, elaborámos uma reflexão ética geral sobre a greve dos médicos explorada através de um quadro ético normativo. A reflexão ética geral desenvolveu-se com base no Juramento de Hipócrates e outros códigos, princípios biomédicos como a beneficência, a não maleficência e a autonomia, bem como abordagens éticas como o raciocínio deontológico e utilitário, e a filosofia tradicional indiana. A terceira secção centra-se na apreciação e avaliação das greves médicas com base na reflexão ética desenvolvida na secção anterior. Resumo: As greves dos médicos indianos são moralmente inaceitáveis e eticamente inaceitáveis com base no raciocínio deontológico, na tradição hipocrática, nos diferentes princípios biomédicos e na antiga filosofia indiana. Contudo, considerando o raciocínio utilitário, as greves dos médicos por salários justos, melhores infra-estruturas hospitalares e condições de trabalho são justificáveis se causarem menos danos aos actuais pacientes e proporcionarem mais benefícios aos futuros pacientes.