Neha Jariwala, Erum Ilyas e Herbert B Allen
“Primum non nocere”, “primeiro não fazer mal” é um ditado médico baseado na antiguidade. No entanto, em quase tudo o que está relacionado com a doença de Lyme, parece quase totalmente desconsiderado. Quão ético é seguirmos as orientações do CDC em relação ao diagnóstico quando estas orientações exigem eritema migratório que é claramente reconhecível apenas numa (“erupção cutânea em alvo”) das suas múltiplas apresentações? Além disso, até que ponto é ético seguirmos orientações relativas a uma serologia positiva que é positiva (na melhor das hipóteses) apenas 40% das vezes?
Outra situação ética questionável é a utilização de um antibiótico bacteriostático que mal atinge a CIM para a Borrelia burgdorferi no seu regime habitualmente prescrito. Depende também da adesão, o que é um grande problema devido aos efeitos secundários gastrointestinais. Este antibiótico pode eliminar a erupção cutânea, mas aparentemente pouco faz para prevenir as descobertas tardias da doença. A dose subletal do antibiótico pode ser importante no desenvolvimento subsequente de biofilmes que levam a um estado de doença crónica.
Por último, até que ponto é ético termos quase abandonado a nossa defesa dos doentes e permitido que as companhias de seguros ditem o tratamento permitido? E, na medida em que foram encontrados organismos Borrelia nos cérebros de doentes com doença de Alzheimer há mais de 25 anos e que recentemente se demonstrou que estas espiroquetas produzem biofilmes, até que ponto é ético ignorarmos a investigação que sustenta a patogénese desta doença?
A intenção deste trabalho é discutir como todos os aspetos da doença de Lyme (DL) são desafiados bioéticamente. Incluímos a doença de Alzheimer (DA) na discussão porque as espiroquetas de Lyme foram encontradas e cultivadas a partir de cérebros de pessoas com DA. Isto faz da LD, na sua apresentação como DA, o equivalente à neurosífilis terciária, sendo a única diferença uma espiroqueta diferente.