Sandra Xerinda, Lurdes Santos, António Sarmento e Pedro Silva
Portugal reduziu a incidência da tuberculose nos últimos anos, mas tem uma incidência que supera a média da Europa. O risco de reativação da tuberculose latente em doentes prestes a serem submetidos a terapêutica imunossupressora e imunomoduladora é elevado e, por isso, o rastreio e o tratamento são obrigatórios para evitar a evolução da doença de latente para ativa, sendo as formas graves muitas vezes de difícil tratamento.
Relata-se o caso de uma mulher de 37 anos, previamente medicada com prednisolona e micofenolato mofetil por pênfigo bolhoso até diagnóstico de tuberculose disseminada. No decurso da doença, foi colocado um cateter venoso central para nutrição parentérica total por suspeita de má absorção de medicamentos antituberculosos. O doente apresentava endocardite e tromboflebite séptica com bacteremia por Lactobacillus rhamnosus e tuberculose de difícil tratamento complicada com meningomieloradiculite, que resultou em paraplegia associada a bexiga neurogénica.