Tian Zheng, Qianwei Huang, Xiao Huang, Qianghui Huang, Jianxin Hu, Xiaoshu Cheng, Bo Zhu, Biming Zhan
Objetivo: Embora as mulheres tenham maior risco de fibrilação atrial (FA), não está claro se as diferenças de gênero estão associadas a recorrências de FA após ablação por cateter para FA. O objetivo deste estudo foi conduzir uma revisão sistemática da literatura médica para avaliar os resultados clínicos da ablação por cateter para FA em homens e mulheres.
Métodos: Uma revisão sistemática de bancos de dados (PubMed, World of Science e Embase) foi conduzida para identificar estudos publicados desde 2010 que relataram AFCA por sexo. Os desfechos primários foram ausência de recorrência de FA/Taquicardia Atrial (TA), e as complicações do procedimento de interesse foram (1) complicações vasculares/na virilha; (2) derrame pericárdico/tamponamento; (3) acidente vascular cerebral/AIT; (4) lesão permanente do nervo frênico; e (5) mortalidade do procedimento. Quando a heterogeneidade entre os estudos foi de 50% (ausência de FA/taquicardia atrial), modelos de efeitos aleatórios foram usados para meta-análise, e modelos de efeitos fixos foram usados para todos os outros desfechos.
Resultados: 22 estudos preencheram os critérios de inclusão, com 281.872 pacientes submetidos à AFCA, 34% dos quais eram mulheres. As mulheres eram mais velhas (63,54,13 vs. 60,254,00 anos), mais propensas a serem hipertensas (46,2% vs. 44,7%) e mais propensas a serem diabéticas (18,6% vs. 16,7%) (P=0,0001 para todas as comparações). Nossas análises revelaram que a taxa de ausência de recorrência de FA/AT foi menor em mulheres do que em homens no acompanhamento de longo ano (Odds Ratio (OR): 0,67, Intervalo de Confiança (IC) de 95%: 0,57-0,79; P=0,00001), mas não houve diferenças estatisticamente significativas na mortalidade por todas as causas entre homens e mulheres (OR=1,07, IC de 95% 0,88-1,30, P=0,49). Outras complicações (derrame pericárdico/tamponamento, acidente vascular cerebral/AIT, complicação vascular e hematoma) foram significativamente maiores em mulheres.
Conclusão: Mulheres que passaram por ablação por cateter de FA podem ter menos eficácia e um risco maior de acidente vascular cerebral/AIT e complicações maiores do que os homens. Pesquisas mais aprofundadas são necessárias para definir melhor os mecanismos de risco aumentado em mulheres e identificar estratégias para fechar a lacuna de gênero.