Loic Nsabimana*, Gervais Beninguisse
Este artigo compara as características da iniciação sexual entre pessoas com e sem deficiência em Bujumbura, focando a idade do primeiro encontro sexual, as relações com o primeiro parceiro, a diferença de idades entre os parceiros, quem iniciou o encontro sexual e o uso de contracetivos masculinos. Os dados são extraídos do inquérito HandiSSR realizado entre 2017 e 2018 em Bujumbura. Este inquérito utiliza uma amostragem aleatória estratificada, incluindo 600 pessoas com deficiência e 600 pessoas sem deficiência (grupo de controlo). Utilizámos o emparelhamento para garantir a comparabilidade entre grupos e testes estatísticos para analisar as diferenças observadas. Os resultados mostram que as pessoas com deficiência iniciam a atividade sexual na mesma idade que os seus pares sem deficiência. Estas descobertas revelam que as pessoas com e sem deficiência iniciam a sua vida sexual em idades semelhantes, desafiando noções ultrapassadas de que as pessoas com deficiência são assexuadas ou menos activas sexualmente. No entanto, as pessoas com deficiência têm maior probabilidade de ter primeiros parceiros mais velhos e casuais, o que aumenta o risco de resultados adversos. Embora o uso de contracetivos masculinos no primeiro encontro sexual seja semelhante entre os dois grupos, as razões para o não uso entre as pessoas com deficiência incluem as relações sexuais forçadas, realçando uma maior vulnerabilidade à coerção sexual. Estas conclusões sublinham a necessidade de políticas de saúde pública adaptadas para melhorar o acesso à educação sexual e às práticas de protecção entre as pessoas com deficiência, a fim de reduzir o risco de infecção pelo VIH e melhorar os seus resultados em termos de saúde sexual.