Salvatico Sylvie, Feuillolay Catherine, Gatignol Jean-Philippe, Roques Christine
Objectivo: Determinar a actividade bactericida in vitro de diferentes produtos de colutório comercial à base de clorohexidina (CHX) que reivindicam diferentes concentrações de clorohexidina em condições semelhantes às da sua utilização. Método: Foram realizados ensaios bactericidas utilizando quatro espécies bacterianas principais implicadas na doença periodontal: Fusobacterium nucleatum CIP101130, Aggregatibacter actinomycetemcomitans CIP 52.106T, Prevotella intermedia CIP 103607 e Porphyromonas gingivalis CIP 103683. Foram escolhidos sete colutórios comercialmente disponíveis, cada um contendo digluconato de CHX ( as concentrações variaram de 0,1% a 0,2%) como princípio activo. Os ensaios foram realizados de acordo com as diretrizes europeias para antissépticos (com modificações para imitar as condições de utilização), expondo as suspensões bacterianas às soluções de colutório durante 1 min ± 5 segundos a 32 ± 1°C na presença de uma substância interferente ( saliva artificial). A redução logarítmica da contagem bacteriana foi determinada. Resultados: Cinco dos colutórios testados foram definidos como bactericidas para cada uma das quatro estirpes testadas (redução logarítmica ≥ 5). No entanto, dois colutórios não foram definidos como bactericidas para todas as estirpes de teste (redução logarítmica <5). Num caso, um colutório com CHX a 0,12% não foi bactericida contra A. actinomycetemcomitans. No outro caso, um colutório com CHX a 0,2% não foi bactericida contra duas estirpes de teste, A. actinomycetemcomitans e P. intermedia. Conclusões: Este estudo enfatiza que a atividade antimicrobiana dos colutórios à base de CHX não é determinada apenas pela concentração de CHX, mas por todos os componentes da formulação como um todo. De facto, as interações entre o CHX e os diferentes componentes, e não apenas o álcool, podem afetar positiva ou negativamente a atividade antibacteriana.