Touria Essayagh, Meriem Essayagh, Abderrahman El Rhaffouli, Mohamed Khouchoua, Sanah Essayagh e Asmae Khattabi
Introdução: A Os surtos de origem alimentar continuam a ser uma ameaça à saúde pública em Marrocos, exigindo a notificação obrigatória e inquéritos epidemiológicos para travar qualquer risco de epidemias. Reportamos um surto alimentar ocorrido em Meknes no dia 10 de junho de 2017. Avaliámos a sua extensão, determinámos a sua origem e aplicámos medidas preventivas.
Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospetivo entre os convidados do jantar para identificar os fatores de risco associados à doença. Os dados foram analisados no programa Epi Info versão 7. A associação entre os fatores de risco assumidos e a intoxicação foi estimada através do risco relativo (RR) e do seu intervalo de confiança a 95%. As percentagens e os valores de p foram determinados pelo teste exato de Fisher.
Resultados: Entre os 15 convidados, 9 casos estavam doentes com uma taxa de ataque de 60%. A média de idades foi de 39 ± 11,9 anos com uma relação sexo masculino/feminino de 0,28. O período médio de incubação foi de 3 ± 3h30. Os sintomas referidos foram vómitos (88,9%), tonturas (88,9%), cólicas abdominais (44,4%), cefaleias (44,4%) e fadiga (33,3%). Todos os casos tiveram resultado positivo. O consumo de frango esteve associado a intoxicação (p=0,04). A cozinheira não respeitou as regras de higiene das mãos.
Conclusão: Embora os resultados laboratoriais tenham sido negativos para germes microbiológicos e ambientais, os sinais clínicos sugerem que a causa provável da intoxicação são as enterotoxinas segregadas por Staphylococcus aureus comummente encontradas quando a falta de higiene e o armazenamento de alimentos é deficiente. Recomendamos o reforço da sensibilização do público para a importância do respeito pela cadeia de frio e pelas regras básicas de higiene.
Aplicação prática: Os nossos resultados mostram que a descongelação do frango durante 7 horas sem respeitar a cadeia de frio pode ser a causa da proliferação de estafilococos e da produção de enterotoxinas. Podem ser feitas algumas recomendações na sequência deste inquérito, nomeadamente: sensibilizar o público para a importância de respeitar a cadeia de frio e as regras de higiene alimentar.