Gonzalez-Melado FJ, Teleman AA e Di Pletro ML
A bioética pediátrica surgiu da transferência do quadro de reflexão bioética sobre os doentes adultos competentes, que se centra no princípio da autonomia, para menores e doentes incompetentes. No entanto, consideramos que o quadro da autonomia do doente não é apropriado para a bioética pediátrica e propomos um novo quadro baseado na responsabilidade moral dos pais e dos profissionais de saúde para com as necessidades da criança doente. Os elementos essenciais na criação de um novo quadro para a bioética pediátrica são: o primado do princípio da beneficência, sobre o princípio da autonomia; a aliança terapêutica como união efetiva e genuína entre médico, doente infantil e pais; a intencionalidade terapêutica como motor desta aliança; e, finalmente, um verdadeiro cuidado centrado na família. Estes elementos estabelecem o quadro bioético das unidades neonatais e pediátricas, ao integrarem os interesses da criança nos da família, e permitem propor uma bioética autenticamente centrada na família.