Folquet AM, Dainguy ME, Ekra D, Oka Berete G, Diomande D, Kouakou C, Kouadio E, Kouadio Yapo G, Gro Bi A, Djivohessoun A, Djoman I e Jaeger FN
Introdução: O objetivo do nosso estudo foi avaliar o estado nutricional de crianças infectadas pelo HIV acompanhadas em um departamento de pediatria universitário em Abidjan.
Método: Este estudo transversal, descritivo e analítico foi conduzido de janeiro a março de 2013 no departamento pediátrico do hospital universitário de ensino de Cocody e envolveu casos pediátricos de HIV/AIDS. Crianças de 0 a 59 meses (grupo A) e aquelas acima de 59 meses (grupo B) formaram dois grupos.
Resultados: Duzentos e vinte e duas crianças foram avaliadas durante este período. A idade média foi de 105 meses e a razão sexual de 1,09. Mais da metade das crianças eram de origens modestas (52,7%) ou órfãs (53,9%). No momento da inscrição na coorte, elas eram principalmente sintomáticas (77,0%), tinham deficiências imunológicas (76,5%), anemia (74,0%) e estavam em terapia antirretroviral (ARV) (98,1%). A prevalência de desnutrição foi maior no grupo A (46,6%) do que no grupo B (38,4%). A desnutrição crônica isolada foi a forma clínica mais frequente dos dois grupos (20% e 19,7%). No grupo A, sete crianças sofriam apenas de desnutrição aguda (15,5%) e cinco crianças apresentavam emagrecimento e nanismo (11,11%). No Grupo B, o baixo peso foi responsável por 10,7% dos casos, o baixo peso e o atraso no crescimento foram associados a 8 crianças (4,5%). Os principais fatores de risco para desnutrição foram presença de imunodeficiência para desnutrição aguda (OR=2,80, IC [1,32-5,94.], p<0,01) e desnutrição crônica (OR=3,13, IC [1,62-6,04.], p=0,00) e início tardio do tratamento ARV para desnutrição crônica (OR=0,47, IC [0,25-0,88], p=0,01).
Conclusão: Devido aos diagnósticos tardios de HIV em crianças, a desnutrição crônica continua sendo comum entre elas, independentemente da idade. As atividades de cuidado e suporte nutricional são essenciais no manejo dessa infecção.