Arina Vinereanu, Rodica Luca
Os tratamentos protéticos infantis representam um desafio para o odontopediatra devido às diversas
características das arcadas em crescimento e dos dentes em desenvolvimento que devem ser tidas em conta.
Objetivo. Avaliar as necessidades de tratamento protético na parte frontal dos maxilares num grupo de
pacientes jovens, bem como as causas e consequências dessas necessidades.
Materiais e métodos. 250 pacientes recrutados na clínica de Pedodontia (123 rapazes), com idades compreendidas entre os 7 e os 18
anos (12,00 - 2,96 anos), foram examinados em termos de dentes permanentes frontais perdidos ou gravemente destruídos,
necessitando de tratamento protético. Os dados foram registados e processados utilizando o software SPSS para
Windows.
Resultados. 12,8% dos sujeitos necessitaram de tratamento protético dos dentes anteriores. Dos dentes considerados, 2,7%
necessitaram de tratamento protético, sendo 48,2% incisivos centrais, 36,1%
incisivos laterais e 15,7% caninos. Não foi encontrada correlação entre a idade dos doentes e
a necessidade de tratamento protético. A maioria dos dentes que necessitaram de tratamento protético apresentava
destruição maciça da coroa (57,8%) ou faltava (41,0%). A cárie não tratada foi a
causa mais comum de dentes perdidos ou destruídos (36,1%), seguida pela falta congénita de dentes (28,9%),
lesões traumáticas (20,5%) e anomalias de desenvolvimento (14,5 %). As alterações espaciais foram observadas
exclusivamente na maxila, em 25,4% dos dentes anteriores superiores necessitando de tratamento protético, devido ao
desvio mesial dos dentes adjacentes.
Conclusões. Os programas de prevenção de cáries e de tratamento precoce de traumatismos dentários poderiam reduzir
as necessidades precoces de tratamento protético dos dentes anteriores superiores. Recomenda-se a restauração precoce dos
dentes definitivos perdidos/destruídos para evitar alterações de espaço.