Aneta Skrzek-Montewka, Andrzej Wysokinski e Maciej Montewka
Introdução: As infeções cardiovasculares por dispositivos eletrónicos implantáveis (CIEDIs) causam muitos problemas clínicos graves, entre os quais a endocardite infeciosa dependente de chumbo (LDIE) é considerada a pior. Enquadramento: O objetivo do estudo foi analisar os parâmetros das manifestações clínicas, determinar a etiologia e o perfil microbiológico das infeções, bem como avaliar o papel da ecocardiografia no diagnóstico de LDIE. Métodos: Foram realizados exames retrospetivos no Centro de Cardiologia Clínica de Referência em Lublin, Polónia. O grupo de estudo foi constituído por 767 doentes que entre 2009 e 2014 foram submetidos a extração transvenosa de elétrodos (ELT) por motivos infeciosos e não infeciosos. Resultados: O grupo de estudo foi constituído por 382 doentes com complicações infeciosas e 385 sem infeção. O grupo CIEDI incluiu 30,1% de doentes com LDIE, 38,48% de doentes com infeção da bolsa (PI) e 31,41% de doentes mistos com LDIE e IP. A febre foi notificada com maior frequência em doentes com LDIE. Verificou-se que significativamente mais doentes com LDIE sofriam de infeções concomitantes. O grupo LDIE compreendeu significativamente mais doentes com PCR-us>50 mg/dL. A análise dos dados microbiológicos mostrou que as causas mais comuns das complicações infecciosas foram o Staphylococcus epidermis e o Staphylococcus aureus. O exame ecocardiográfico revelou a presença de vegetação em 78,26% dos doentes com LDIE no ETE e em 63,48% no ETT. Conclusões: A febre e as infecções concomitantes predominaram no quadro clínico da LDIE. O valor da PCR-as revelou-se essencial para os procedimentos de diagnóstico. O exame ETE mostrou-se mais eficaz na revelação da vegetação do que o ETT. A causa mais comum de complicações infeciosas foi S. epidermidis e S. aureus, o que aponta para a fonte endógena das infeções.