Victor Lamin, Michael Worthington, James Edwards, Fabiano Viana, Robert Stuklis, David Wilson e John Beltrame
Fundamento: O desnudamento endotelial é uma abordagem importante para avaliar o papel do endotélio em estudos de reatividade vascular. Embora as abordagens para remover o endotélio estejam bem estabelecidas em modelos animais, estes métodos revelaram-se difíceis de traduzir eficazmente para restos da Artéria Mamária Interna humana (IMA) obtidos durante o bypass coronário. Este estudo procurou identificar a técnica ideal para a desnudação endotelial da AMI, preservando as respostas contráteis vasculares. Métodos: Os segmentos do AMI foram submetidos a desnudamento endotelial utilizando uma das seguintes técnicas: (1) abrasão superficial, fricção com fio de aço inoxidável, (2) abrasão por vasoconstrição ou (3) abrasão por cisalhamento via infusão de solução efervescente. Após a intervenção, os segmentos IMA foram avaliados por: (1) histoquímica para quantificar o dano estrutural e a abundância de células endoteliais e (2) resposta vasodilatadora funcional dependente do endotélio utilizando miografia vascular numa preparação de banho de órgão. Resultados: A abrasão por vasoconstrição removeu células endoteliais e provocou rotura da lâmina elástica interna, estes vasos não responderam ao vasoconstritor Fenilefrina (PE) nem ao vasodilatador dependente do endotélio A23187. A abrasão superficial por si só foi incompleta na remoção das células endoteliais, o vaso vasodilatou-se parcialmente quando desafiado com A23187 na presença de PE. A abrasão por cisalhamento removeu as células endoteliais de forma mais eficaz, uma vez que estes vasos pré-contraídos não relaxaram ao A23187, mas demonstraram maior sensibilidade ao PE. Conclusões: Neste estudo comparativo controlado avaliando os pontos finais estruturais e funcionais das técnicas de desnudação endotelial, demonstrámos que a abrasão por cisalhamento por infusão de uma solução efervescente é a técnica ideal para remover o endotélio e preservar a função vascular no IMA humano.