Ruiz-Robledillo N, Romero-Martinez A, Bellosta-Batalla M, Perez-Marin M e Moya-Albiol L
Foi relatado que cuidar de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) tem um impacto negativo na saúde dos cuidadores. Um dos fatores de risco mais estudados é a gravidade da sintomatologia autista do receptor de cuidados, sendo que a maior gravidade dos sintomas foi associada a piores resultados de saúde em cuidadores. No entanto, até onde sabemos, nenhum estudo avaliou o papel da empatia dos cuidadores nessa associação. Este estudo teve como objetivo explorar o possível efeito mediador dos componentes cognitivos e emocionais da empatia na relação entre os sintomas autistas do receptor de cuidados e a depressão e ansiedade do cuidador em 76 cuidadores de pessoas com TEA. Apenas o sofrimento pessoal media a associação com a ansiedade, enquanto ambos os componentes da empatia emocional, sofrimento pessoal e preocupação empática, mediam a relação entre os sintomas autistas e a sintomatologia depressiva. Em ambos os casos, altas pontuações em empatia foram relacionadas a altos níveis de sintomatologia. Esses resultados têm implicações para a prática clínica, pois avaliar a empatia em cuidadores pode ajudar a prever e, portanto, tomar medidas para prevenir distúrbios psicológicos nessa população.