Hiroaki Ikezaki, Norihiro Furusyo, Eiichi Ogawa, Motohiro Shimizu, Satoshi Hiramine, Kazuya Ura, Fujiko Mitsumoto, Kouji Takayama, Kazuhiro Toyoda, Masayuki Murata e Jun Hayashi
Objectivo: Foram reportados dados limitados comparando o interferão β humano natural (nIFNβ) e o IFN-α peguilado (PEG-IFNα) quando a Ribavirina (RBV) é combinada. Este estudo de caso-controlo foi realizado para comparar a eficácia e os efeitos adversos de um tratamento combinado de nIFNβ ou PEG-IFNα mais RBV para doentes com hepatite C crónica.
Métodos: Sessenta doentes com hepatite C crónica, 42 infetados pelo genótipo 1 do vírus da hepatite C (HCV) e 18 infetados pelo genótipo 2, foram tratados com nIFNβ mais RBV. Destes, 23 (38,3%) sofreram depressão grave pré-tratamento. Os seus dados foram comparados com 60 doentes não deprimidos tratados com uma combinação de PEG-IFNα mais RBV. O nIFNβ foi administrado por via intravenosa e o PEG-IFNα foi injetado por via subcutânea.
Resultados: A resposta virológica sustentada (RNA do VHC indetetável 24 semanas após o final do tratamento) não diferiu significativamente entre os doentes tratados com nIFNβ e PEG-IFNα (genótipo 1, 21,4% vs. 33,3%, P = 0,328 ; genótipo 2, 72,2 % vs. 88,9%, respectivamente, P=0,402). Nenhum dos doentes tratados com nIFNβ apresentou exacerbação da depressão, enquanto 7 (11,7%) dos 60 doentes tratados com PEG-IFNα desenvolveram depressão grave ou mal-estar. A contagem de plaquetas dos doentes tratados com nIFNβ aumentou para um valor superior ao valor basal após a semana 8, mas a contagem de plaquetas dos doentes tratados com PEG-IFNα diminuiu ao longo do tratamento. Houve diferenças significativas nas alterações da contagem de plaquetas entre os dois grupos ao longo do tratamento (todos P <0,001).
Conclusão: o tratamento com nIFNβ mais RBV foi bem tolerado pelos doentes com hepatite C crónica com depressão ou trombcitopenia.