Julieta Njeri Muasya
Vários governos, incluindo o Quénia, são signatários de declarações internacionais e nacionais que recomendam a implementação de políticas de igualdade de género no acesso e participação na educação. Contudo, as mulheres que estudam e trabalham nas universidades vivenciam diferentes formas de discriminação e opressão. As práticas discriminatórias e o ambiente de aprendizagem hostil que, por vezes, fazem com que as mulheres se tornem “outsiders” são susceptíveis de abrandar a sua capacidade de participar e de ter um bom desempenho em diferentes programas universitários. O objectivo do presente estudo foi explorar as formas como o assédio sexual afecta o acesso das mulheres estudantes às oportunidades e instalações na Universidade de Nairobi. Para atingir este objetivo, a investigadora gerou dados qualitativos a partir de 30 entrevistas em profundidade. A análise dos dados, tal como o discurso, foi utilizada para construir o significado das perceções dos estudantes, homens e mulheres, sobre as suas experiências de assédio sexual e até que ponto isto tem impacto no seu acesso a oportunidades e instalações. Os resultados da investigação revelam que o medo incutido por ocorrências de assédio sexual, intimidação e favores sexuais torna difícil para algumas estudantes o acesso a fontes suplementares de rendimento, residências universitárias, biblioteca e instalações de restauração. A investigação conclui que as mulheres estudantes da Universidade de Nairobi sofrem discriminação a diferentes níveis: social e económico, provavelmente devido a normas e estruturas patriarcais. O artigo faz parte dos resultados da minha dissertação de doutoramento.